Com o terceiro bueiro que cai e com a falta de tráfego na via de acesso direto a capital, os de Iporá e da região circunvizinha amargam prejuízos financeiros ou diversas outras dificuldades ou aborrecimentos.
A reportagem ouviu alguns iporaenses, em setores diferentes da economia. Eles contam suas experiências pessoais:
– Nesta segunda-feira, 24, dois fornecedores deixaram de entregar mercadorias para mim. E com isso perdi vendas. Outros comerciantes não abriram portas nesta segunda, mas a partir de quarta-feira o transtorno será para todos os empresários que recebem mercadorias. Não podemos reclamar muito, pois são coisas divinas. Esta rodovia tem 50 anos e os governos anteriores tem muita culpa pois não fizeram boa manutenção. O governo atual entrou há pouco. Não tem culpa. (Francisco de Assis Souza, presidente da CDL de Iporá e proprietário da Casa de Carnes Central)
– Nós dos transportes de encomendas de Iporá/Goiânia e Goiânia/Iporá estamos sofrendo muito, com falta de apoio. Não há apoio nenhum. Estamos com estradas de péssimas condições. Daqui para Goiânia eram 3 horas de viagem e agora são 5 horas. E falta apoio de polícia e do Estado. Na sexta-feira passada por exemplo tomei multa por causa de um pequeno trincado no vidro do para-brisa. Coisas que acontecem por causa desses desvios. Tomei multa por causa de pneu. Corta-se pneu nestas estradas ruins e aí você não encontra pneu bom para comprar na estrada. Coloca um pneu inferior e eles multam. Aconteceu comigo. A Polícia precisa entender. Se você passa no barro e suja sua placa, a Polícia te multa. Os faróis do carro também estragam mais com essas estradas ruins. Enfim, muitas dificuldades. E nós temos muitos clientes fiéis para as encomendas e não podemos cobrar mais caro por causa de tudo isso. Temos que manter os preços. (Renato Peres, da área de transporte de encomendas)
– Mesmo com as voltas, não tínhamos reduzido as linhas de ônibus. Sobre o transporte de passageiros para cidades próximas, na direção de Israelândia, fica impossível. Seria uma volta muito grande. Sobre a ida para Goiânia, estamos tomando o caminho rumo a Paraúna. E sem alterar preços, com mais gastos para a empresa. E os passageiros passando a fazer uma ida a Goiânia que agora é de cerca de sete horas para se chegar lá. Muito desgastante para passageiros e motoristas. (Roberto, do Expresso Maia)
– Os ônibus das empresas Satélite e São Luiz deixaram de passar por Iporá. Eles passam por Jussara para fazer a linha Goiânia/Barra do Garças e Barra do Garças/Goiânia. (Vanderley, funcionário no Terminal Rodoviário)
– Nossas ambulâncias que geralmente funcionam bem por 3 anos, nestas condições de estradas só ficam boas por um ano e meio. Estamos com nossos veículos de Samu quebrados em Goiânia. Nosso caminho para chegar a Goiânia passou a ser por Paraúna, com uma distância muito maior. Fazemos 3 viagens por dia. O transtorno é grande, com muito desgaste para todos que vão. Dependemos muito de Goiânia. Só espero que quem é o representante do governo se manifeste, busque agilidade na recuperação da rodovia por que até agora depois de três desvios, ninguém deu a cara para bater, nem o vice governador. (Denis Baliza, secretário de saúde em Iporá)
– Os problemas na rodovia afetam o abastecimento de mercadorias. Tem sido assim. Não afeta preços pois compramos com valores prefixados. Mas, talvez, doravante, pode até afetar preços. Mas os atrasos no abastecimento já ocorrem. (Carlito Ribeiro, proprietário do Supermercado Tudo Bom)