O Dia da Mulher, o 8 de março, se depender de um grupo de ativistas será de luto em Iporá, sem comemoração positiva. Isto por causa da dor ainda aguda pela morte de Vanessa Camargo, que foi assassinada em 31 de julho do ano passado, caso que tem o marido, Horácio Neto, como acusado, respondendo na Justiça.
Na data anterior ao Dia da Mulher, dia 7, haverá audiência de instrução sobre o Caso Vanessa, no Fórum local. E para o dia 8 haverá evento em auditório do Campus de Iporá do IF Goiano.
As mulheres que estão na mobilização da comunidade estão divulgando o seguinte texto sobre o assunto:
Haverá uma apresentação cultural, na abertura do evento, mostrando uma representação da violência contra a mulher. A continuidade do evento será realizada na forma de uma “mesa-redonda” com a participação de três convidadas que terão vinte minutos cada uma para explanar um tema ao grande grupo. A temática principal girará em torno dos altos índices de violência contra as mulheres no município de Iporá (GO).
Para fomentar e direcionar a interação sobre a temática apresentada uma mediadora colaborará fazendo a conexão das arguições entre os convidados e, posteriormente, entre o público presente. As temáticas oferecerão uma explanação sobre: as diferentes formas de violência contra a mulher e como os níveis dessas evoluem; a submissão da mulher transmitida por algumas doutrinas religiosas e dados da violência contra a mulher, legislação que tenta protege-la e os desdobramentos judiciais.
Após as explanações serão dedicados quinze minutos para que familiares de três vítimas de feminicídio da cidade possam se expressar verbalmente e com isso mostrar para os órgãos públicos que as vítimas passam a fazer parte de uma estatística, mas para seus familiares, elas tinham um rosto, um nome, uma família e uma vida, que foi precocemente ceifada por quem um dia lhe fez juras de amor. Enquanto as mães falarem, serão exibidas em um telão fotos e uma breve descrição da vida de suas filhas.
Posteriormente, haverá o espaço para as interpelações do público, através de perguntas, questionamentos, colaborações e críticas sobre os temas em evidência.
Esse momento, de participação do público, será conduzido pelo mediador que auxiliará na dinâmica do evento, a fim de objetivar a interação possibilitando tempo e espaço para um maior envolvimento do público sem perder de vista o foco principal das discussões.
A intenção é sair do evento do dia 8 com um documento solicitando a instalação de uma delegacia da mulher para Iporá. Ao final do evento todos os participantes inscritos poderão registrar sua presença, para que possam ser certificados.