Texto de Gilson Afonseca – assessor de comunicação social do Incra em Goiás
Sobre a matéria intitulada “Bom Jardim de Goiás: cidade é quinta de maior índice de analfabetismo da região”, publicada no site do Oeste Goiano no dia 22 de janeiro, tenho a ponderar que:
É discutível e até tendenciosa a afirmação feita na matéria associando o maior índice de analfabetismo à existência de projetos de assentamento.
É preocupante que, com os mesmos dados brutos, seja também correto afirmar exatamente o contrário, visto que existem assentamentos em Aragarças (menor índice), em Palmeiras de Goiás e em Palestina de Goiás enquanto não há assentamento algum em Amorinópolis e Matrinchã – repecitivamente os municípios que ostentam o maior e segundo maior índice de analfabetismo.
Pelo que consta na matéria, a conclusão de que a existência de assentamentos aumenta o analfabetismo não foi feita pelo IBGE, que sabemos trabalha com informações e pessoal qualificado para análise dos dados produzidos.
E o fato do nome do IBGE, associado a dados numérios, constar na matéria, pode levar o leitor à falsa impressão de que tal afirmação seja fato científico balizado pelo IBGE.
Cumpre informar ainda que existem no estado de Goiás 14 mil famílias assentadas e que, havendo assentamento ou não, a responsabilidade pela oferta de vagas no ensino fundamental e médio é das prefeituras e do estado, junto aos quais o Incra se coloca como parceiro, inclusive dispondo de recursos financeiros via Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, o Pronera.
Gilson Afonseca – assessor de comunicação social do Incra em Goiás