
O professor José Humberto dos Anjos escreve artigo sobre a barbárie da irresponsabilidade no trânsito que vem tomando conta dos noticiários.
O professor José Humberto dos Anjos escreve artigo sobre a barbárie da irresponsabilidade no trânsito que vem tomando conta dos noticiários.
O VOLANTE COMO ARMA: MAIS VÍTIMAS DA DELINQUENCIA NA CONDUÇÃO
Abrindo o noticiário do dia, escorre mais uma vez pelas páginas do jornal o sangue de inocentes, vitimas da irresponsabilidade, da falta de compromisso social e educação no trânsito. Me assustaria muito se o caso fosse inédito, mas confesso: passei os olhos pelos dados dos mortos e embora indignado fui aos próximos fatos.
Teria sido uma morte qualquer que se somaria aos milhões que todos os dias são assassinados por irresponsáveis e delinquentes munidos de um volante, mas poucos minutos depois pelo Facebook um amigo antiguiquérrimo de Aurilândia chamou-me desesperado, contando o desastre e pedindo que eu escrevesse alguma coisa, pois a revolta popular era grande, mas as reportagens sobre o caso apenas narravam a desgraça, nunca provocavam uma reflexão maior.
Decidi escrever!
A barbárie da irresponsabilidade no trânsito vem tomando conta dos noticiários e a cada dia que passa o número de vítimas aumenta e o de infratores multiplica-se por dez, por mil.
Casos como o de Aurilândia, em que a imprudência e irresponsabilidade de um condutor embriagado, vulgarizo bêbado, ceifaram a vida de 4 membros de uma mesma família, não só revelam a fragilidade do sistema de trânsito do nosso país, mas demonstra também outra coisa: pessoas irresponsáveis são o maior problema de uma sociedade que se diz racional e organizada.
Testemunhas dão conta de que o condutor, Cleudiene Ferreira da Silva, estava bebendo o dia todo na cidade de Aurilândia e mesmo assim pegou a estrada, onde fazia manobras arriscadas e ao invadir a contramão provocou a morte dos quatro integrantes da família Nunes, entre eles a pequena Isadora Nunes, de apenas 7 anos de idade.
Até quando inocentes pagarão com a moeda da vida pela irresponsabilidade de alguns, até quando?
No velório coletivo os quatro caixões abrigados sob o teto da Igreja Matriz, revelam a tristeza de toda uma cidade. A comunidade chora… Se revolta… Chora… Aqueles que outrora refletiam sob o som dos cânticos católicos, agora se elavam sob o triste e agonizante eco das lágrimas e soluços.
E muitos assim como meu amigo, pensam: “Quantos sonhos tinham a menina Isadora? Quantos momentos felizes ainda tinha para viver.” Tudo interrompido. Inacabado. Roubado pela ignorância e imprudência de uma mente embriagada.
Não temos respostas, só há dúvidas, lágrimas e muita tristeza, além lógico daquele senso de justiça que todos nós sempre queremos e buscamos: que o culpado pague que o culpado sempre pague.

Professor José Humberto dos Anjos vê fragilidade do sistema de trânsito do nosso país

Professor José Humberto dos Anjos vê fragilidade do sistema de trânsito do nosso país