O momento é delicado. A água da vazão do córrego que abastece a cidade de Iporá diminui a cada dia. Ainda não choveu. Sem nova temporada de chuva, a situação de agrava.
No córrego Cachoeirinha, o principal afluente do Santo Antônio, manancial que abastece a cidade, um desvio de água que serve 12 produtores, se não existisse seria a solução para dar mais volume de água para a barragem da Saneago.
E para gerar mais apreensão no cenário ambiental de hoje e de futuro, nos últimos dias terras das margens do córrego Cachoeirinha foram aradas em preparativo para plantio de soja. A aração aproveita até as margens do manancial que é o principal a alimentar com água o córrego que abastece as residências de Iporá.
Nesse cenário de preocupação entrou em ação a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Iporá, onde Guilherme Bueno é quem está a frente da equipe. A reportagem do Oeste Goiano falou com ele, a fim de se saber o que o poder público está fazendo para impedir um desabastecimento de água na cidade.
Guilherme Bueno reconhece que a situação é preocupante. Ele comenta sobre um desvio de água que desde anos anteriores existe, o qual é um rego que desvia água do córrego Cachoerinha para servir 12 pequenos proprietários rurais. Estas são famílias que usam a água em desvio do Cachoeirinha para alimentar animais, em hortas, tanques de peixes e outras atividades. Se não fosse esse desvio de água do principal afluente do Santo Antônio, não haveria problema na barragem da Saneago. Mas os 12 produtores também precisam muito dessa água que desviam do Cachoerinha.
Guilherme Bueno conta que já teve reunião da Secretaria do Meio Ambiente e do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) com esses 12 produtores e com a participação da Saneago. O objetivo da reunião era um acordo para que o desvio de água não prejudicasse tanto o córrego Cachoeirinha, que é importante para levar água para a barragem da Saneago.
Segundo Guilherme Bueno, foi feita uma tentativa de acordo com os produtores através de um escalonamento de uso, ficando eles com o desvio em atividade durante o dia, mas permitindo que a noite a água seguisse o curso normal do córrego. Os produtores não quisseram. Alegaram a necessidade da água para suas atividades.
Segundo Guilherme Bueno, foi feito entendimento por um racionamento que os produtores farão no uso da água do desvio, reduzindo tanques de peixes e em outras medidas. No entendimento feito, foi definido formas de que a água que não for usada seja canalizada de volta ao Cachoerinha, sem que se perca em infiltração no solo.
Informa a Secretaria de Meio Ambiente de Iporá que a prorietária de terras aradas para plantar soja na região e que também fazia uso de um rego dágua vindo do Cachoerinha já abriu mão disso, deixando a água fluir no leito do córrego rumo ao local de captação para abastecer Iporá. A situação é delicada naquela área rural de proximidades da barragem. Relata Guilherme Bueno que está sendo feito monitoramento para que todos cumpram sua parte no acordo, a fim de não faltar água para ninguém. A medida é paliativa. Solução duradoura virá com o início da estação chuvosa. Mas plantios de soja em terrenos onde se aproveitam até a margem do córrego, não é um indicador positivo para o meio ambiente. Se nada for feito de efetivo, esses problemas vão ressurgir a cada estiagem.