São histórias engraçadas, vindas da Iporá de antigamente. Misturam fatos reais com ficção. O professor Moizeis Alexandre Gomis, historiador, conta causos… O CONTO QUE O POVO DIZ E EU CONTO POR MENOS DE UM CONTO. A partir de agora, a cada segunda-feira publicaremos esta obra inédita que o autor gentilmente cede ao Oeste Goiano o direito de publicação.
Hoje apenas mostraremos a intridução à obra, escrita pelo autor:
Iporá – 2012
INTRODUÇÃO
Quem leu o livro UMA VIAGEM NO TEMPO DE PILÕES A IPORÁ, teve a oportunidade de conhecer fatos ocorridos sobre a ocupação e colonização do oeste goiano, percorrendo as pegadas dos bandeirantes, as trilhas dos tropeiros e carros de bois, as estradas sinuosas, poeirentas e esburacadas das ximbicas 29, dos caminhões GMC e das jardineiras Mercedes bicudinhas e até sobrevoando os imensos sertões enfumaçados e estriados por serras e vales, nas asas dos teco-tecos e dos monstrengos bimotores Douglas DC3.
Os episódios que agora compõem este livro de contos baseiam-se, no geral, em acontecimentos ocorridos, principalmente, na segunda metade do século 20 e no contexto regional e cultural do oeste goiano. São histórias verídicas, porém, narradas em estilo literário, sem se preocupar, portanto, com a exatidão e rigor acadêmicos e aspectos técnicos, no relato dos fatos históricos. Os nomes das personagens são, às vezes, fictícios, às vezes, reais. Pode-se dizer que o seu conteúdo se constitui uma espécie de história romanceada, narrada no linguajar coloquial e cotidiano, próprio do modo de ser cômico e brincalhão do povo “goianeiro” (mistura de goianos com mineiros!), temperada com pitadas de ironias e humor inocente. Fazem parte de acontecimentos da vida de pessoas no tempo dos pioneiros de Iporá e das cidades circunvizinhas, vivenciados pelas gerações de nossos pais e avós e nossa geração que presenciou os tempos de transição para a atual modernização da região.
Certo é que o leitor, como eu – não tenho dúvida –irá se divertir e rir com os episódios enquanto passear pelas páginas leves e cômicas de cada capítulo, quer por eles fazerem parte da experiência humana universal, quer pelo fato de, em alguns casos, se ver inserido e identificado no contexto dos acontecimentos! Com isso já me darei por recompensado em meu duplo propósito ao narrar essas histórias: imortalizar nossos valores culturais e contribuir para suavizar um pouco das durezas da vida, atualmente tão corrida, estressada, competitiva, mal humorada e afligida pelas agruras dos tempos pós-modernos e selvagens deste mundo capitalista globalizado.
O título – O CONTO QUE O POVO DIZ E EU CONTO, por menos de um conto – é um trocadilho que demonstra a riqueza da homofonia vocabular de nossa fala vernácula: uma mesma palavra de grafia e fonética (som) iguais, mas, com sentidos deferentes, exemplo que pode ser repetidos às dezenas ou centenas, na língua portuguesa.