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Pela Justiça ou por uma fatia do bolo?

O que importa é ser feliz! Quem nunca ouviu ou disse essa frase? Ela é comum para nós. Contudo, mal entendemos o peso desastroso dessa realidade em nosso dia a dia. A busca pela felicidade e pelo sucesso nos faz levantar pela manhã, trabalhar, estudar, nos dedicar um pouco mais. É óbvio que quando vimos qualquer risco de nossos sonhos não se realizarem ficamos desesperados, indignados e revoltados. Mas se vemos uma oportunidade de antecipá-los, às vezes, não pensamos duas vezes e fazemos o que for preciso, até mesmo nos corrompermos. 

 

Por exemplo, brigamos contra nossos governantes o tempo todo. Falamos, caluniamos, maldizemos e aí vai. Nos esquecemos que Deus nos chamou para vivermos debaixo de algumas orientações e determinadas cadeias de comandos, como Paulo diz a Tito: “Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, sejam obedientes, estejam sempre prontos a fazer tudo o que é bom, não caluniem a ninguém, sejam pacíficos e amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens.” (Tt 3.1,2), ou ainda Pedro escrevendo diz: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem”. Sei que somos bombardeados com injustiças e falcatruas que nos fazem criar grande aversão com as nossas autoridades. E é por isso que muitos vão para rua protestar contra a corrupção, brigar contra a roubalheira, se revoltam contra a falta de estrutura na saúde, os asfaltos que não prestam, a educação que não funciona.

 

Mas o que se estranha é que, na maioria das vezes, estamos revoltados com a injustiça, até que ela seja uma oportunidade para nós mesmos. A grande revolta parece ser muito mais pelo fato de não sobrar uma fatia do bolo, ou seja, de “eu” não ser beneficiado, do que propriamente com a questão da justiça verdadeira.

 

Nossa população briga contra a corrupção quando burla os “míseros” 68 segundos de nossos acertados e oportunos semáforos passando no meio do posto de gasolina criando riscos de acidentes. Brigamos contra a corrupção na saúde, mas pagamos para passarmos na frente das pessoas no Sistema Público de Saúde e achamos que não tem nada haver. Muitas pessoas, as vezes até os líderes da cidade, chegam nos hospitais públicos e querem prioridade no atendimento desconsiderando todas as pessoas que estão na sua frente. Falamos de políticos corruptos, mas nós nos vendemos por um emprego prometido. Brigamos por uma melhor educação, mas somos capazes de comprar nossa monografia e apresenta-la como nossa sem sequer pesar a consciência, afinal, todos fazem isso (talvez essa seja uma boa argumentação para a roubalheira dos políticos “todos fazem isso”). Brigamos contra o governo que cobra altos impostos, mas emprestamos dinheiro a juros altíssimos para usurpar quem precisa de ajuda (as vezes não financeira, mas de consultoria administrativa). Mas, “o que importa é ser feliz”.

 

Na realidade, não vemos uma população dentro de uma ética correta, baseada em uma verdade invariável e infalível, mas sim, em um momento de busca pela satisfação, prazer e realização e que está disposta a passar por cima de qualquer coisa para alcançar esse objetivo. Sua crise política não está no fato de ver a injustiça e a corrupção, mas sim de ver que essa corrupção lhe priva os benefícios. Quem nunca ouviu “ele rouba, mas pelo menos faz” referindo a prefeitos ou a governantes que publicam seus serviços. Diante dessa realidade, vejo nossa cidade, estado e país, em sua maioria, apenas comendo do pedaço do bolo e se indignando quando tal pedaço não lhe é aumentado.

 

Na verdade, não temos uma população que clama pela integridade política e social, que clama pela veracidade, que clama por justiça pelo contrário, como diz Is 59.4, temos uma nação que anda falando mentiras e que mesmo sabendo de seus erros concebem a iniquidade (pecado com consciência) ou que na realidade clama, em sua maioria, por benefícios próprios.

 

Obvio que temos que brigar pela melhoria de nossas condições, mas o que não podemos admitir é sermos também “pequenos” corruptos burlando as coisas para atingirmos tal objetivo.

 

Lutemos todos por uma sociedade justa, que ame o próximo, que governe em favor do crescimento de todos e não da individualidade de alguns. E é claro, é bom lembrar, isso começa com você, quando furar uma fila, burlar o semáforo, subornar um guarda de trânsito, sonegar seus impostos, cobrar a mais por uma determinada mercadoria, pagar pela sua monografia, cobrar juros excessivos dos já “enforcados” por seus descontroles financeiros, pagar desonestamente por sua carteira de motorista, cobrar por uma diária e em vez de trabalhar por ela, enrola para “espertamente” ganhar o seu dinheiro na “manha” e por aí vai. Antes de apontar um dedo ao governo olhe sua mão, você verá que existem ainda três dedos apontados para você. Um governo justo começa com uma sociedade justa.

 

Pense nisso!

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