O ato de votar é um benefício adquirido por nós, que deve ser muito valorizado, pois nesse momento temos a oportunidade de decidir quem vai ficar no poder, quem vai criar leis que nos beneficiarão, qual o destino das verbas alcançadas, como será aplicado o dinheiro através dos impostos pagos…
Porém quando se fala em votar para a escolha de pessoas que irão nos representar nos assuntos públicos, já vem em nossa mente que “se os mesmos trabalharem suprindo algumas necessidades básicas nossas, da nossa família ou talvez no máximo da nossa rua ou nosso setor, já está de bom tamanho”.
Entretanto, o ato de votar vai muito além de uma escolha individualista, muito além do desejo exagerado de satisfazer os próprios valores e necessidades a despeito dos interesses dos outros. É preciso um olhar coletivo, pensar na sociedade como um todo, lutar para que pessoas realmente habilitadas e com boas intenções possam nos representar . Quando o coletivo é beneficiado, obviamente, todos os particulares serão atendidos.
A necessidade da valorização do direito adquirido do voto por parte de cada cidadão, envolve também a questão de vivermos em um país onde o descrédito e desinteresse por parte dos governantes para com a sociedade esteja cada vez mais em evidência – a roubalheira, os desvios de verbas, e várias outras atitudes politicas desleais e ilegais – nos obriga a compreender e aceitar que “votar” e “votar de forma consciente”, também se trata de um ato de protesto contra os escândalos políticos que estão aí escancarados para quem quer ver.
Deixar de votar, ou não dar a importância necessária a esse momento crucial de escolha dos nossos governantes, é dar a chance aos políticos corruptos de continuarem no poder, e impedir aos poucos homens públicos honestos que ainda existem, de trabalharem em prol do bem da nossa sociedade.
No momento em que votamos estamos escolhendo os nossos líderes políticos, aqueles que farão valer nossas necessidades fundamentais e básicas no que diz respeito à saúde, educação, saneamento básico, segurança, moradia entre outros tantos importantes também.
O direito do voto não pode da mesma forma, ser levado como apenas um ato obrigatório e desprezível – o pensamento de que “qualquer um que entrar no poder será igual a todos”, nos leva a desmotivação, ao distanciamento e ao desinteresse de uma aproximação maior dos candidatos e de suas propostas. O conhecimento da vida pública de cada um que aspira um cargo político e suas pretensões no que tange aos serviços a serem prestados a sociedade pelo mesmo, não só garantirá a oportunidade de cobrarmos o que nos foi proposto, como acima de tudo o cumprimento dos planos políticos de forma eficiente e transparente. Sem contar que, com a nossa participação também obteremos a esperança de um país mais justo e leal para com seu povo tão sofrido e descrente devido a essa política tão suja que vislumbramos nos últimos tempos.
O privilégio do voto conquistado para a escolha dos nossos representantes parlamentares, foi pautado por um processo lento há várias décadas atrás, por isso não podemos fazer uso desse direito de forma imparcial, indiferente ou até mesmo egoísta – com intuito apenas da troca de interesses pessoais – mas prioritariamente com o intuito de mudar o cenário da realidade pública politica do nosso país. Precisamos nos pautar que, até quando se trata de política a “esperança é a última que morre” e o direito do voto nos permite ainda ver um “pontinho de luz no fim do túnel”.
Mesmo diante de um momento tão desgastante pelo qual o mundo está passando, que é o da Pandemia, se todos resguardarem as regras de higiene e os cuidados necessários para evitarmos o contágio, é possível através da participação maciça da sociedade em todo processo, envolvendo o antes, o durante e o depois de cada legislação, uma mudança relevante na história política da nossa nação.
